sábado, 9 de abril de 2011

Estudantes da UERGS apóiam a luta pela CEU

Fonte: Ag. Assmann/Janaína Zilio
ALUNAS não poupam elogios aos professores. Precariedade física é o problema
A unidade local da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs) está enfrentando o agravamento de um problema desde o último processo seletivo de alunos: a evasão. Com a implantação do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), muitos estudantes de outros estados foram aprovados. Porém, em função das carências na infraestrutura da instituição, optaram por deixar a cidade.
Como a universidade não oferece uma moradia subsidiada, como boa parte das escolas públicas, muitos alunos encontram dificuldades para arcar com os custos de deslocamento diário ou para se estabelecer em Santa Cruz. “Acontece que 50% das nossasvagas vão para pessoas de baixa renda, e o custo de vida na cidade é alto”, explica o coordenador da unidade, José Antônio Schmitz. Segundo ele, a evasão já é significativa. 
O Sisu fez com que a Uergs alcançasse projeção em todo o Brasil, já que a oferta doscursos em nível nacional é baixa – especialmente o de Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia, que além de novo, traz boas perspectivas de atuação no mercado de trabalho. A unidade conta hoje com cerca de 50 alunos, divididos em três turmas de Engenharia e duas de Tecnologia em Horticultura. A boa avaliação conferida recentemente pelo Ministério da Educação também deve contribuir para atrair alunos.
De acordo com estudantes ligados ao diretório acadêmico, as condições de infraestrutura frustraram as expectativas de quem veio de fora. “Foi uma decepção para todo mundo, porque em outros lugares as universidades estaduais são mais valorizadas”, diz Leda Burdzaki, natural de Santa Catarina. Já Bruna Justen, do Paraná, demonstra preocupação com o futuro na cidade. “O curso é bom e os professores também, mas o que nós pagamos de moradia é o mesmo que pagaríamos em uma universidade particular.”

MOBILIZAÇÃO
A situação fez com que se intensificasse a campanha em defesa da construção da Casa do Estudante Universitário (CEU). Na sexta-feira, um grupo de estudantes ligados à Associação Pró-Moradia Estudantil (Aprome) realizou uma ação de divulgação da causa, que deve se repetir hoje. A ideia é aproveitar a vinda do vice-governador do Estado, Beto Grill, para pressionar o governo pela cedência da antiga Escola Murilo Braga, que garantiria condições para o investimento, que seria direcionado a estudantes da Unisc e de todas as faculdades da cidade. Atualmente, a Uergs tem autorização apenas para ocupar o segundo andar do prédio na Avenida Independência.
O repasse de toda a área está sendo pleiteado na Secretaria Estadual de Administração, que deve promover nas próximas semanas uma reunião entre as entidades interessadas. Além da universidade, a Brigada Militar manifestou desejo de instalar unidades ali. Conforme Schmitz, a conquista do espaço é fundamental para a expansão da unidade, ampliando o número de salas de aulas e laboratórios, revitalizando espaços e criando condições para uma maior oferta regular de cursos. “A prioridade tem que ser dada à única instituição pública de ensino superior da região”, entende. Ele ressalta que as expectativas são boas. “O governo está sinalizando que quer ajudar a transformar a Uergs em uma universidade de verdade.”
Gazeta do Sul 9 de abril de 201

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